Vamos conhecer a história dos jogos
Paralímpicos???
As primeiras disputas entre
atletas com algum tipo de deficiência aconteceram há mais de um século. Hoje, a
Paralimpíada é um dos eventos esportivos mais importantes do mundo.
As primeiras disputas entre pessoas com deficiência de que se tem notícias datam de 1888. Elas aconteceram em Berlim, na Alemanha, onde clubes estimulavam a participação de surdos nos esportes. Mais tarde, lá pelos anos 1920, nos Estados Unidos, tiveram início atividades como natação e atletismo para atletas com deficiência visual. Mas foi somente depois da Segunda Guerra Mundial (1939‒1945) que as competições ganharam força.
O NEUROLOGISTA LUDWIG GUTTMANN,
ESPECIALIZADO EM LESÕES NA COLUNA,
FOI O PIONEIRO DAS COMPETIÇÕES EM CADEIRA DE RODAS
(FOTOS RAYMOND KLEBOE/GETTYIMAGES)
O embrião foi formado a partir de 1944, na Inglaterra. Como os métodos tradicionais de reabilitação não poderiam atender às necessidades de um grande número de soldados com deficiência, o governo britânico pediu ao neurologista e neurocirurgião Ludwig Guttmann que criasse um centro especializado em lesões na coluna, no Hospital Stoke Mandeville. Além de usar a fisioterapia no tratamento, o médico recorreu ao esporte para motivar seus pacientes, começando por arremessos
de bola para exercitar os membros superiores. A iniciativa gerou aumento de resistência física e de autoestima. E foi ali que a reabilitação por meio do esporte evoluiu de recreacional para competitiva.
MARGARET MAUGHAN, MEDALHA DE
OURO NO TIRO COM ARCO NOS PRIMEIROS JOGOS PARALÍMPICOS, EM ROMA (1960),
PARTICIPOU DA CERIMÔNIA DE ABERTURA DA PARALIMPÍADA DE LONDRES
(FOTO: BUDA
MENDES/GETTYIMAGES)
Agora vamos aos fatos que
levaram ao surgimento e ao crescimento dos Jogos Paralímpicos.
1948: lançados os Jogos de
Stoke Mandeville. Enquanto acontecia a cerimônia de abertura dos Jogos
Olímpicos de Londres, em 29 de julho de
1948, Guttmann comandava a
primeira competição de pessoas com deficiência. Dezesseis militares inscritos,
entre homens e mulheres com algum tipo de lesão, participaram de um torneio de
tiro com arco.
1952: a Holanda entra em cena. Militares
holandeses foram convidados a participar dos Jogos de Stoke Mandeville, abrindo
espaço para a primeira competição internacional para pessoas com deficiência. À
medida que o esporte adaptado crescia, surgiam inovações para melhorar a vida
dos atletas.
A Guerra Fria e a corrida
espacial alavancam o desenvolvimento do plástico e seus compostos: espumas de
plástico e fibras de vidro começaram a ganhar espaço em hospitais, centros de
terapia e na confecção de próteses.
1958: o Brasil dá os primeiros
passos no esporte adaptado.
Após sofrerem lesão medular em razão de
acidentes, dois brasileiros procuraram serviços de reabilitação nos Estados
Unidos que incluíam a prática esportiva. Na volta, Sérgio Serafim Del Grande,
de São Paulo, e Robson Sampaio de Almeida, do Rio de Janeiro, fundaram associações
onde inicialmente era praticado o basquete em cadeira de rodas. São eles os
precursores do esporte adaptado ‒ ou seja, a prática de uma
atividade esportiva adaptada para pessoas com deficiência ‒
por aqui.
1960: enfim, Jogos
Paralímpicos. Oficialmente com esse nome, eles aconteceram em Roma, na
Itália, com 400 inscritos de 23 países, imediatamente após os Jogos Olímpicos.
1964: surge a Organização
Internacional Esportiva para Deficientes (ISOD, na sigla em inglês). A
entidade passou a oferecer oportunidades para todo tipo de atleta com
deficiência ‒ com problemas de visão,
amputados, com paralisia cerebral e paraplégicos.
1972: Brasil estreia em Jogos
Paralímpicos.
Aconteceu em Heidelberg, na Alemanha, com um grupo de 20
atletas homens, que terminou sem medalhas. Outras 41 delegações marcaram
presença no evento. Nos anos 1970, teve início também a era da popularização do
plástico – material leve e flexível – no desenvolvimento de próteses mais
confortáveis e próprias para a prática esportiva.
1976: a primeira medalha
brasileira, nos Jogos de Toronto, no Canadá. A dupla Luiz Carlos Costa e
Robson Sampaio Almeida estreou no pódio, com uma medalha de bronze, em uma
prova de lawn bowls (espécie de bocha sobre grama). A partir dessa edição,
cegos e amputados também entraram nas disputas.
1980: a vez de atletas com
paralisia cerebral. Eles começaram nos jogos da cidade de Arhnem, na
Holanda. Participaram 125 portadores de paralisia cerebral, 341 com deficiência
visual, 452 amputados e 1.055 cadeirantes.
1984: 22 medalhas para o
Brasil. Na edição que teve duas cidades sediando os jogos ‒
Nova York, nos Estados Unidos, e Stoke Mandeville, na Inglaterra ‒,
o Brasil garantiu mais de duas dezenas de medalhas e terminou na 24a colocação
no quadro geral de medalhas, com 7 ouros, 17 pratas e 4 bronzes.
1988: os Jogos Paralímpicos
passam a acontecer na mesma cidade que os Olímpicos. Depois de várias
edições com sedes diferentes, Seul, na Coreia, recebeu os dois eventos. E assim
foi daí por diante.
1989: fundado o Comitê
Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). A entidade, sem fins
lucrativos, nasceu em Dusseldorf, na Alemanha, com o objetivo de atuar como
órgão dirigente do movimento paralímpico global.
1992: Barcelona, um primor de
organização. Grande parte da cidade-sede foi adaptada para receber
confortavelmente 3 mil atletas, independentemente do tipo de deficiência. Três
atletas brasileiros tiveram performances memoráveis: Luiz Cláudio Pereira, no
arremesso de peso, Suely Guimarães, no lançamento de disco, e a velocista Ádria
Santos, que ganhou seu primeiro ouro ao vencer a prova dos 100 metros.
1995: fundado o Comitê
Paralímpico Brasileiro (CPB).
A entidade foi criada tendo como principal
função consolidar o movimento paralímpico no Brasil, difundindo o esporte de
alto rendimento para pessoas com deficiência.
1996: a prótese Flex-Foot
Cheetah é usada pela primeira vez na Paralimpíada de Atlanta, nos Estados
Unidos. De fibra de carbono ‒ material flexível e de alta
absorção de energia ‒ e inspirado na pata do
guepardo, o modelo passa a ser a sensação nas pistas de atletismo.
2000: quebrados 300 recordes
mundiais e paralímpicos. O palco dessas conquistas foi Sydney, na
Austrália. Nessa edição, o Brasil conseguiu sua melhor colocação em Jogos
Paralímpicos até então, com 6 medalhas de ouro, 10 de prata e 6 de bronze,
ficando em 24o lugar no ranking final. Começava a trajetória de conquistas de
uma nação paralímpica.
TEREZINHA GUILHERMINA É UMA DAS
ATLETAS MAIS PREMIADAS DA HISTÓRIA PARALÍMPICA DO BRASIL, COM MEDALHAS EM
ATENAS, PEQUIM E LONDRES
(FOTO ROBERT DAEMMRICH/GETTYIMAGES)
2008: brasileiro leva 9
medalhas na natação em Pequim. Daniel Dias conquistou 4 medalhas de ouro,
4 de prata e 1 de bronze.Outro grande destaque foi a velocista Terezinha
Guilhermina, que garantiu o ouro nos 200 metros e a prata nos 100 metros rasos.
No futebol de 5, o Brasil sagrou-se bicampeão paralímpico. Com 47 medalhas no
total, pulamos para a 9a colocação no ranking mundial.
2012: novas conquistas em
Londres. Cumprindo a meta estabelecida pelo CPB, sob a gestão do presidente
Andrew Parsons, o Brasil saltou do 9o lugar no quadro geral de medalhas em
Pequim para o 7o, com 21 ouros. Essa edição ‒
que recebeu 4.200 atletas de 166 países ‒ foi marcada pela épica vitória
do velocista Alan Fonteles sobre o sul-africano Oscar Pistorius nos 200 metros
da classe T44. Nas competições e no dia a dia dos atletas, as próteses passaram
a se mostrar ainda mais eficientes e personalizadas ‒
graças à utilização do plástico em sua composição, garantindo leveza, design e
beleza. As próteses são um exemplo de como o plástico pode contribuir para
soluções que permitem maior acessibilidade e qualidade de vida.
Daniel Dias ganha o 1a. Medalha de Ouro para o Brasil 2012
2016: a hora do Rio. Os
Jogos Paralímpicos são o maior evento de esporte de alto rendimento para
atletas com deficiência. Apesar disso, são enfatizadas mais as conquistas do
que as deficiências dos participantes. A cerimônia de abertura no Rio está
marcada para 7 de setembro e a cidade quer entrar para a história recebendo
4.350 atletas paralímpicos, de cerca de 170 países, que vão disputar 22
modalidades.
Fontes:
Brasil 2016 (Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Paralímpicos de 2016)
Rio 2016 Jogos Paralímpicos
Comitê Paralímpico Internacional
Comitê Paralímpico Brasileiro
Comitê Paralímpico Britânico
Desporto Adaptado no Brasil, de Paulo Ferreira de Araujo (Phorte Editora)
A História das Próteses Ortopédicas no Mundo - Timeline /Braskem
Brasil 2016 (Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Paralímpicos de 2016)
Rio 2016 Jogos Paralímpicos
Comitê Paralímpico Internacional
Comitê Paralímpico Brasileiro
Comitê Paralímpico Britânico
Desporto Adaptado no Brasil, de Paulo Ferreira de Araujo (Phorte Editora)
A História das Próteses Ortopédicas no Mundo - Timeline /Braskem
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Fonte: Este texto foi copiado
na íntegra do site: http://revistagalileu.globo.com/Publicidade/Braskem/noticia/2016/07/jogos-paralimpicos-de-onde-vieram-e-para-onde-vao.html
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