Jackeline Susann Souza da SILVA
Dissertação de Mestrado
jackeline-susann@hotmail.com
RESUMO
Neste
século, mundialmente, o tema da acessibilidade se tornou uma importante
diretriz para os governos e as instituições a fim de assegurar os direitos das
pessoas com deficiência (PcD) à educação, trabalho, cultura e lazer, e melhorar
sua qualidade de vida e participação nos espaços comuns. Isto envolve a
eliminação de barreiras nas instituições, incluindo as de educação superior,
que historicamente têm sido seletivas e elitistas. Ainda são escassos os
estudos que mostram como as barreiras
atitudinais, arquitetônicas, informacionais e comunicacionais, e
pedagógico-curriculares são construídas e como
as/os estudantes com deficiência (EcD) as encontram e as superam a fim de
alcançar sucesso na formação superior. Assim, este estudo enfoca a seguinte
questão: Como EcD experienciam a
acessibilidade no ensino superior? Seu objetivo é identificar e analisar, à
luz dos Estudos Culturais, experiências de acessibilidade (ou não) no
vestibular (acesso), durante a formação até a graduação (permanência e
aquisição). A metodologia estudo de caso, combinada com a técnica de shadowing (acompanhar como sombra), foi
usada para investigar as experiências de
acessibilidade de seis estudantes (três do sexo masculino e três do sexo
feminino) da Universidade Federal da Paraíba, campus de João Pessoa. Os
principais achados mostram que: (a) a acessibilidade é um tema que deve começar
a ser tratado muito antes do vestibular porque existe uma série de barreiras
que impedem as PcD de ter acesso à educação superior, relativas ao acesso à
informação sobre cursos de graduação e meios de realizar a inscrição para o
vestibular, à situação familiar social e econômica e à escolha do curso de
graduação; (b) o governo federal e a Universidade Federal da Paraíba são muito
lentos para implementarem uma política institucional de inclusão efetiva e não
há procedimentos de monitoramento e avaliação do Programa Incluir, portanto, as
barreiras para esta população ainda são consistentes; c) os diferentes tipos de
acessibilidade são interdependentes e influenciam-se mutuamente, contudo a
acessibilidade atitudinal parece ser a mais relevante entre todas porque quando
há acesso atitudinal as outras barreiras à acessibilidade tendem a ser
reduzidas ou eliminadas; (d) apesar do marco legal, as/os EcD na educação
superior ainda conhecem superficialmente ou não têm conhecimento apropriado
sobre seus direitos e raramente fazem uso do sistema legal existente para
assegurá-los. São a sua força interna e os esquemas de apoio que desenvolvem
sozinhos que lhes permitem permanecer e concluir sua qualificação para ter
melhores chances de emprego.
Palavras-chave: estudante com deficiência, acessibilidade, educação
superior, estudos culturais da deficiência.
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